P-51D, Arma Hobby 1/72

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O Avião

O P-51 D Mustang foi a versão mais importante e mais produzida do famoso caça da North American. Os modelos anteriores, P-51 B e C, que apareceram sobre a Europa no final de 1943, foram os primeiros a fornecer escolta completa aos bombardeiros americanos até Berlim, ida  e de volta, graças a um alcance de combate de mais de 2.600 km. Eles abriram caminho para a vitória, mas foi o modelo D, aprimorado, que se tornou o verdadeiro flagelo da Luftwaffe. Em janeiro de 1944, o novo comandante da 8ª Força Aérea dos EUA, General James Fort Doolittle, emitiu uma ordem inovadora: os caças de escolta deveriam atacar a Luftwaffe onde quer que a encontrassem — no ar ou em terra. Livres da rígida obrigação de permanecerem próximos aos bombardeiros, os Mustangs podiam tomar a iniciativa, caçar os caças alemães antes que se aproximassem e atacar aeródromos, trens e comboios. O sucesso dessa estratégia ficou evidente durante a “Grande Semana” em fevereiro de 1944, quando a Luftwaffe sofreu pesadas perdas. O P-51D manteve o alcance impressionante de seus antecessores, ao mesmo tempo que adicionou melhorias significativas. Sua “cabine em forma de bolha” proporcionava aos pilotos excelente visibilidade, e suas seis metralhadoras Browning calibre .50 forneciam um poder de fogo formidável. A partir da primavera de 1944, os Mustangs — primeiro o B/C e, principalmente, o D — desempenharam um papel decisivo na quebra do poder aéreo alemão. Eles deram aos Aliados completa superioridade aérea, o que garantiu o sucesso da invasão da Normandia e a derrota final do Terceiro Reich.

Agradecimentos: Jim Roeder, Wottek Matusiak, Tomasz Gronczewskl

Fonte : Manual do kit

O Kit

Seguindo com a sua linha de P-51s na 1/72 a Arma Hobyy lança agora o modelo D, que como veremos, também tem peças para se fazer o K.

O kit tem uma ótima qualidade de injeção, sem falhas ou rebarbas (salvo o defeito que veremos mais adiante) com linhas de painel finas e rebites em escala. Os pontos de contato com as arvores são sempre na superfície de contato entre as partes, o que evita danos as partes visíveis durante a separação, ainda que em alguns pontos tenham um acabamento um tanto disforme.

No caso dos rebites a arma Hobby optou por representar aqueles que são mais visíveis omitindo os de tamanho menor. A escolha pode não agradar a todos, mas nestas fotos é possível ver que mesmo vistos muito de perto estes rebites menores são muito pouco visíveis.  

Já nas linhas de painel o kit apresenta uma inovação que nunca tinha visto antes. No P-51 D, para ajudar na eficiência das asas de fluxo laminar, as linhas de painel da parte frontal das asas eram cobertas com uma massa, ainda na fábrica, para manter a superfície o mais lisa possível. Para representar este efeito o kit tem linhas com profundidades diferentes na superfície da asa, reproduzindo esta característica. Se estas linhas, tão delicadas, vão continuar visíveis após a pintura, é o que ainda vou descobrir ao montar o kit, de qualquer forma é uma bela iniciativa.

O grande problema, infelizmente, está na representação das armas. A Arma Hobby optou por uma solução que reproduz as coberturas vazadas em ambas as metades da asa, com as armas numa peça separada. A solução não foi boa em nenhum dos casos. As coberturas, na metade superior da asa, talvez devido a pequena espessura, têm uma má formação e mesmo depois de retirada a rebarba, bastante visível, a representação ficou pobre.

A escolha da representação das armas, em uma peça a ser colocada no interior da asas também não ficou boa, sendo bem pouco definida. Neste último caso existe a possibilidade de substituir esta peça por uma alternativa em resina 3D, o arquivo é fornecido gratuitamente no site deles, mas isso vai depender da disponibilidade do modelista para fazer a impressão

A seguir tem fotos das soluções da Eduard, Tamiya e Hasegawa para o mesmo problema, com uma abordagem que, mesmo que com limitações, deram uma solução melhor. A minha sugestão aqui é que a Arma Hobby disponibilizasse um arquivo 3D, como uma solução parecida com a da Eduard, para ser uma alternativa ao modelista que se dispusesse a fazer uma pequena cirurgia no kit. Outra possibilidade seria adquirir o excelente conjunto da Master, o que também demanda alguns ajustes.

Completando os detalhes de injeção temos os flaps com detalhes muito interessantes da deformação real dos painéis, a melhor representação que já vi até agora e o restante das superfícies de controle.

O interior é muito bem detalhado com piso assento, manche painel de instrumentos complementado com decais, cintos também em decais, bateria, rádio e manetes. O interior do radiador ventral é bem detalhado, ainda que muito pouco deva poder se visto depois de pronto.

O porão de rodas é bem detalhado, com os reforços estruturais em peças separadas. Devido a complexidade da pintura neste ponto, uma mistura de metal natural com o primer, a folha de decais oferece uma opção para se aplicar nos locais onde deveria permanecer em metal natural com decais metalizados e já representados nas medidas corretas.

A estrutura do trem de pouso te uma representação mais pobre se comparada a qualidade geral das outras peças, mas é suficiente para a escala. As rodas têm boa representação e os pneus melhoraram bastante em relação aos que vem nos modelos B e C. Ainda que haja um pequeno desalinhamento entre as duas metades, o desenho agora não tem o desencontro da versão anterior e um lixamento suave deve resolver o problema aqui.

As descargas têm uma boa representação, mas como era de se esperar nesta escala, será preciso abrir as saídas. Mais  uma vez o arquivo 3D disponível supre esta falta com uma representação mais realista.

As hélices e os spinners tem boa representação, mas os engates nas pás da hélice ao invés de no centro, demandam cuidado na separação das peças

Como complementos temos dois tipos de tanques de combustível externos e um par de bombas, todos com boa representação.

Como já mencionado existe disponível no site do fabricante um arquivo para impressão 3D com melhores representações para as descargas, bancos já com os cintos e para as metralhadoras. Para isso é preciso usar o QR code do manual

As transparências são de ótima qualidade, perfeitamente translucidas, finas e sem distorções. Na arvore temos também uma peça para fazer as luzes de identificação sob asa direita, mas para isso vai ser preciso abrir os furos com uma broca de 1,4 mm como indicado no manual. O canopy pode ser instalado tanto aberto como fechado.

Ainda na arvores das transparências temos a peças para se montar um gabarito que serve não só como apoio durante a montagem, mas que tem ainda dois slots que permitem o perfeito alinhamento da montagem do trem de pouso.

A folha de decais, impressa pela Techmod, tem cores bastante vivas, sólidas, sem falhas de registro e com o filme fino. Além das marcações inclui o painel de instrumentos, cintos, estênceis e as já mencionadas partes para o interior do porão de rodas. Com ela é possível fazer 3 versões conforme mostrado no manual.

O kit ainda inclui máscaras para pintura do canopy e rodas

O manual é o padrão da marca, papel de ótima qualidade, todo colorido, o passo a passo bem ilustrado e fácil de seguir. As informações para pequenas alterações são indicadas em vermelho. A indicação de tintas tem sugestão para 7 fabricantes, faltado apenas um mapa das arvores que facilite a localização das peças.

Conclusão

Tirando o problema na representação das metralhadoras, o kit é excelente, com detalhes muito bons e inovadores, como a representação das linhas de painel das asas ou os decais para se fazer o fundo do porão de rodas. A falta de um número maior de rebites é discutível, mas isso é questão de gosto pessoal. Mais um belo lançamento da Arma Hobby.

Obrigado à Arma Hobby pelo exemplar deste review

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