Spitfire Story: The Sweeps Dual Combo- Eduard 1/48 #11153

Introdução

Ainda antes do início da II Guerra já era óbvio para a RAF que o Spitfire necessitaria de aperfeiçoamentos. No início de 1939 o desenvolvimento do que seria o Mk.III estava bastante avançado. O Mk.III receberia os motores Merlin XX, com compressor de estágio simples e duas velocidades, além de uma série de revisões estruturais.

Se por um lado o início do conflito no meio do ano acelerou a demanda por versões mais avançadas, por outro a concorrência com outras demandas acabou por frustrar o programa do Mk.III: seus motores eram necessários para os Hurricane Mk.II e Defiant Mk.II (que já haviam chegado ao seu limite de desenvolvimento), bem como para motorizar os Lancasters que surgiram após o fracasso dos motores Vulture. A grande demanda por caças e os atrasos na produção que a implementação que decorreriam da implementação das mudanças estruturais acabaram por selar o destino do Mk.III, algum tempo depois teria algumas de suas inovações incorporadas na produção dos Spitfires.

A solução de compromisso encontrada foi a adaptação aos Spitfires já existentes (Mk.I e Mk.II) dos motores Merlin 45, que possuíam compressor de estágio simples e uma velocidade, otimizado para operar a 4.500m de altitude. A adaptação era relativamente simples e trazia um ganho significativo de desempenho sem o risco de reduzir a produção de Spitfires.

Em meados de 1941 os novos Mk.V estavam disponíveis para vários esquadrões, alguns convertidos de células de Mk.I e II e outros fabricados tanto pela matriz da Supermarine quanto pela nova fábrica de Castle Bromwich. Rapidamente a grande maioria dos Spitfires da linha de frente, especialmente no Front do Canal, eram Mk.V.

Enquanto isso, a invasão da URSS, a intensificação dos combates no Norte da África e a entrada dos EUA no conflito também contribuíram para que não mais acontecesse uma “segunda Batalha da Inglaterra”.

Com isso, as operações da Caça Britânica mudaram significativamente. De interceptadores atuando na defesa direta contra hordas de bombardeiros, os Spitfires passaram a ser empregados cada vez mais em missões de patrulhamento e aos poucos de ataque na costa do Canal, tanto como escolta quanto de varredura e ataques a alvos no solo.

O kit

A edição especial “The Sweeps” oferece exatamente a possibilidade de reproduzir na escala 1/48 uma seleção de Spitfires Mk.V envolvidos nessas operações no Front do Canal entre 1941 e 1944. Dois modelos completos podem ser feitos com o conteúdo da caixa. São dez opções diferentes de decoração, todos Mk.Vb adequados para voar a partir de bases nas Ilhas Britânicas até o seu raio operacional, já sobre o Continente Europeu.

O conjunto traz material suficiente para construir dois modelos completos, incluindo onze árvores em poliestireno cinza, duas árvores com peças transparentes, duas folhas de fotogravados, uma folha com máscaras autoadesivas e três folhas de decalques, duas das quais com estênceis e uma com as marcações para dez Spitfires diferentes.

Embalagem

O kit vem embalado em uma ampla caixa de papelão (38 x 23 x 7 cm) com abertura por remoção da tampa, dando pleno acesso o seu conteúdo. As peças vêm embaladas em sacos plásticos que podem ser fechados novamente. Infelizmente as árvores são embaladas em grupos, o que pode causar pequenos acidentes. O volume da caixa é suficiente para acomodar as 13 árvores de peças e mais o folheto de instruções, decais, fotogravados e máscaras. A ilustração da caixa é uma bela composição com dois Spitfires em vôo, o cocar da RAF e uma foto de época dos pilotos.

Peças em poliestireno

As árvores de peças para o Spitfire Mk.V já foram analisadas por nós no review da edição de lançamento “Eagle’s Call” (veja esse review completo aqui).

Neste conjunto, são oferecidas duas árvores de peças A (transparências), C (fuselagens), P, R e S (peças complementares) e uma árvore D (fuselagens), uma L/L (asas “B” “early”) e uma L/M (asa “B” “late”).

Com isso, é possível construir-se de fato um modelo representando os Mk.Vb convertidos de Mk.I/II (opções A e B nas instruções) e um outro representando os Mk.Vb construídos diretamente como Mk.V (as demais oito opções de decoração). As diferenças visuais mais notáveis entre as versões estão na fuselagem/para-brisas e nas bolhas nas asas inferiores que abrigam os canhões: simétricas e mais estreitas, dos Hispano Mk.I dos Spitfires convertidos de Mk.I/II e assimétrica e mais larga, dos Hispano Mk.II introduzidos na maioria dos Mk.V de produção. Mesmo com a extensa pesquisa bibliográfica feita pelo fabricante, é aconselhável conferir a partir de fotos e outras referências a aplicação dessas sutis diferenças se o desejo for montar um modelo acurado de uma aeronave específica.

Fotogravados

Duas folhas personalizadas de fotogravados são oferecidas, empregando a tecnologia “Steel” da Eduard. O recorte das peças é excelente, embora a pré-pintura das peças esteja já um pouco defasada em termos de resolução com relação ao que tem surgido recentemente no mercado de aftermarket.

Máscaras

Uma folha dupla de máscaras adesivas pré-cortadas em papel “tipo kabuki” facilitará sobremaneira a pintura das peças transparentes, seja a cobertura do cockpit, os colimadores e as luzes de posição. Um item tradicional nessas edições da Eduard que agrega bastante valor simplificando e tornando mais exato o trabalho do modelista.

Decais

O kit traz três folhas de decais. Duas são de estênceis diversos, adequados para os Spitfires Mk.I a Mk.V. A terceira folha, mais ampla, traz as marcações específicas para cada uma das dez opções de decoração oferecidas.

Os decais são fabricados pela própria Eduard e incorporam a sua nova tecnologia que permite a remoção do filme de suporte, deixando uma película extremamente fina como que pintada. Segundo colegas modelistas já acostumados com esses decais, o segredo para o sucesso consiste em aplicar os decais sobre superfícies bem limpas e apropriadamente preparadas e aguardar a secagem completa dos mesmos.

A impressão e o registro das cores é impecável e as cores aparentemente são bastante corretas, colocando esses decais entre os melhores disponíveis no mercado atualmente.

Instruções

Esta edição traz um folheto de 28 páginas tamanho A4, impressas em papel couché colorido. As três primeiras páginas trazem uma boa história dos Spitfires Mk.V, desde as suas origens até o seu papel em combate, escrita por Vladimír Šulc, Chefe da Eduard e estudioso atento dos Spitfires. Em seguida, como de costume nessas Edições Especiais, um mapa das árvores e peças, uma tabela com as tintas necessárias listadas nas gamas da GSI Creos (Gunze) e Mission Models. Dez páginas apresentam a sequência da montagem de forma clara em esquemas bem ilustrados. Uma página ilustra o posicionamento das máscaras adesivas e as demais os dez esquemas de decoração individualizados, com a indicação das cores apropriadas e o posicionamento dos decais. Uma pequena descrição identifica e contextualiza historicamente cada aeronave representada. A última página do folheto apresenta a localização dos decais com os estênceis comuns a todas as opções de decoração.

Uma versão digital do folheto completo pode ser baixada neste link.

Opções

Dez diferentes Spitfires Mk.Vb operacionais no fronte ocidental da Europa entre meados de 1941 e o final de 1943 são propostos para que o modelista escolha dois deles para montar. Três deles são Spitfires convertidos de cascos de Mk.I, com numerais da série W e montados pela Supermarine nas plantas de Eastleigh ou Chattis Hill. Os demais, com numerais das séries BL, BM e EN foram fabricados em Castle Bromwich. Dois desses (EN951 e EN921, respectivamente as opções G e J) eram equipados com o motor Merlin 45M, especial para baixas altitudes com os impulsores do supercharger cortados (“cropped”). Todos os demais receberam o Merlin 45 padrão dos Mk.V.

A Tabela a seguir traz um breve descrição do histórico de cada uma das opções de decoração oferecidas:

Conclusões

Uma edição interessantíssima que abrange um período que se provou difícil para a RAF na Guerra, surpreendida que foi com o advento do Focke Wulf 190 que de uma certa desequilibrou o balanço que era incialmente favorável para os britânicos no Front do Canal da Mancha. Os Spitfires Mk.Vb e seus pilotos lutaram bravamente em diversos tipos de ações durante esse período contra uma Luftwaffe que, se estava premida por demandas enormes nos demais fronts, nunca deixou de ser extremamente qualificada e combativa na região do Reich considerada a mais vulnerável aos ataques aéreos inimigos.

Com a qualidade e exatidão alcançada pela família de kits de Spitfires 1/48 da Eduard e pela quantidade de opções de montagem de aviões historicamente significativos, posso recomendar fortemente esta edição especial para todos os apreciadores do Spitfire.

Obrigado à Eduard pelo envio do exemplar para review!

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