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O Avião
Projetado em 1935 e tendo seu primeiro voo em 1937, o Fiat G50 era um avião bastante moderno para a época. Era construído todo em metal (o primeiro avião italiano assim) e tinha o cockpit fechado (depois revertido para aberto) e trem de pouso retrátil. Em 1939 o G50 participou de um comparativo com os concorrentes Macchi MC 200 e IMAN RO 51, e ainda que tenha ficado em segundo lugar teve sua produção autorizada. Em 1941 uma nova versão começou a ser produzida, denominada G50 Bis, tinha uma maior autonomia, a parte traseira da fuselagem ligeiramente modificada e a bequilha retrátil. O G-50 apesar de bastante manobrável sofria com problemas de baixa potência do motor e armamento deficiente, não sendo um avião a altura dos oponentes da época. Versões de exportação foram usadas pelos Finlandeses e Croatas.
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O Kit
O kit da Fly representa o G50 bis tanto na versão comum, como na versão AS (Africa Setentrionale), que incluía modificações para enfrentar o desgaste provocado pela poeira do deserto, sendo a mais visível o filtro de ar alongado sob o motor. O modelo apesar do tipo de produção intermediária dos moldes apresenta boas características, as linhas de painel não têm falhas e são perfeitamente adequadas a escala, os detalhes são bons sofrendo um pouco de perda de definição nas peças menores. O interior é bastante completo com um misto de peças injetadas e em resina. Tem piso, assento com cintos, manche, painel de instrumento, consoles e mira. Nesta última será melhor substituir o vidro moldado em resina por um pedaço de acetato. O trem de pouso é bem detalhado, mas as rodas poderiam ser mais definidas ou serem fornecidas em resina como no kit do IL-10 visto neste review. Quase todas as referências informam que o G50 Bis tinha a bequilha retrátil, no entanto eu nunca vi uma única foto dela retraída em voo ou de portas abertas com o avião pousado. A Fly optou por representar a bequilha fixa sem qualquer porta ou abertura. O motor tem uma representação simplificada, mas suficiente para o que poderá ser visto.
As peças de resina, além do assento e mira já citados, incluem as metralhadoras, os tubos de Pitot, o comando do passo de hélice, o filtro de ar alongado e uma cobertura alternativa do motor com pequenas bolhas. Tudo com detalhes bem representados e sem falhas. Quanto a esta cobertura alternativa do motor, não achei em nenhuma literatura a razão para esta diferença, parece ter sido introduzida por uma das subsidiarias que produziam o avião, vale checar as referências do modelo específico a se representar.
As transparências são bem representadas, mas não perfeitamente translucidas, isso pode ser resolvido com um leve polimento.
Os decais, impressos pela Cartograf, tem registro perfeito, cores solidas e filme fino, mesmo os menores escritos são perfeitamente legíveis. Faltou apenas a faixa branca da fuselagem, característica dos aviões Italianos e que deverá ser feita na pintura. Com eles é possível fazer 4 versões diferentes, duas mostradas no manual e duas na parte de trás da caixa.
O manual, todo em cores e com papel de boa qualidade, traz o mapa das arvores, ilustrações claras e fáceis de seguir, indicação de pintura para tintas Ak, Mr Color e Humbrol e indicação, em quatro vistas, de pintura e colocação dos decais para duas das versões, estando as outras duas na parte de trás da caixa.
Conclusão
O kit da Fly é um avanço em relação aos modelos do G-50 disponíveis nesta escala, e mesmo com as limitações do processo de produção, apresenta uma ótima representação, sendo certamente o melhor G50 Bis na 1/72.
Agradecemos a FLY pelo exemplar deste review
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