Recebi este modelo da APRJ para montar e revisar. Diferentemente do que costumo fazer, segui todo o processo conforme as instruções para evitar possíveis erros.
O review do modelo pode ser consultado nesse link Eagle IV – Vespid Models 1/35
Montagem do Chassi
Comecei a montagem pelo chassi, e esse processo foi bastante tranquilo. O plástico cortava bem, e as peças eram fáceis de identificar no sprue. No entanto, problemas surgiram após a montagem completa desse conjunto. Uma barra (peça F3) que deveria ser colada na parte traseira do chassi ficou “arrastando” nos pneus, porque a posição indicada nas instruções estava incorreta. Só percebi isso após montar tudo e testar o encaixe dos pneus. Tive que reposicionar a barra, colando-a um pouco mais para trás, o que resolveu o problema.
Nessa parte, tive duas opções para os pneus: usar os que vieram com o modelo ou um conjunto em 3D de alta qualidade. Optei pelo segundo, pois achei as marcações mais detalhadas.
Colei as peças em photoetched na parte inferior do carro e também o piso para começar a montagem da parte superior, que inclui a cabine de pilotagem e a parte frontal do veículo, que não inclui o motor.
Montagem do Interior
O interior do modelo é interessante, mas poderia ter mais detalhes, especialmente no console traseiro. Analisando fotos do veículo real, percebi algumas falhas que poderiam ser corrigidas de forma simples. As partes em photoetched têm falta de instruções claras para dobrá-las, o que pode ser desafiador para modelistas iniciantes. A folha de instrução não ajuda muito nesse aspecto.
Outra dificuldade é a montagem de uma estrutura que sustenta um display que deve ser da arma no teto do carro. A instrução não é clara, mas a estrutura deve ser montada na diagonal para que o operador tenha uma boa visão do display. Isso é mostrado na página 8, etapa C.
O modelo oferece duas opções de bancos. Pesquisando na internet, descobri que a maioria das fotos do veículo mostra o assento que a instrução indica como descartável. Como segui a folha de instruções, acabei usando a opção errada.
Além disso, há algumas partes em photoetched que parecem desnecessárias para o modelo, e outras indicadas de forma errada, como a peça P39 colada na peça B40, que dá a entender que é um local de ventilação, mas que, no veículo real, é uma pequena cesta para guardar papéis.
Montagem do Casco
Para montar o casco, comecei pela parte frontal do veículo. É uma peça única que só precisa dos espelhos retrovisores e das alças da tampa do motor. A estrutura da cabine tem bons detalhes internos, mas a parte externa é mais complexa, com o suporte para a MG, além de outras estruturas no teto do veículo que são bem fiéis ao original.
Na parte traseira, há uma peça que simula uma lona, mas pode ser substituída por material mais detalhado para dar mais vida ao modelo. A estrutura para a MG é detalhada tanto com peças injetadas quanto com partes em photoetched, o que dá ao modelo um visual interessante.
As portas também são detalhadas por dentro e permitem que sejam abertas ou fechadas conforme o gosto do modelista.
Montagem da MG
A montagem da MG do modelo não é muito simples, mais pela quantidade de peças e há uma certa complicação no esquema de montagem desse conjunto, pois é um mix de peças injetadas e partes em photoethed, mas que no final forma um belo conjunto e que deve ser pintado separado do modelo, pois a cor dessa arma difere do restante do veículo.
Pintura Inicial
Comecei pintando toda a parte inferior e o interior do veículo. Aqui, a Vespid cometeu um erro grave: não há indicação de quais cores devem ser usadas no interior, o que é um problema, especialmente porque as portas podem ser deixadas abertas, permitindo uma boa visualização do interior. Uma pesquisa rápida na internet revela uma grande variedade de cores e detalhes internos que poderiam ter sido mencionados na folha de instruções.
Após a pintura interna e o isolamento dos vidros, passei para a pintura externa usando tintas da Gunze da linha laca. Escolhi um padrão de três cores – areia, terra escura e verde – baseando-me em fotos do veículo real, pois as instruções da Vespid não eram confiáveis.
Após pintar o modelo, apliquei um verniz semibrilho e comecei a aplicar os decais. Estes foram um desafio, pois eram finos demais e tendiam a enrolar. A folha de instrução também não indicava o uso de alguns decais essenciais, como a marcação frontal de tonelagem, obrigatória em veículos alemães. Além disso, a aplicação das placas foi complicada, pois os números precisavam ser colocados individualmente, o que, com decais tão frágeis, resultou em alguns problemas. Acabei perdendo parte dos decais e tive que recorrer a minha sucata de decais para concluir o modelo.
Após aplicar os decais e uma camada final de verniz semibrilho, acrescentei desgastes para dar um visual mais realista ao modelo. No entanto, a colocação das lentes de faróis e lanternas, com o adesivo cromado para os espelhos retrovisores, apresentou um problema: o adesivo cromado era plano e não se ajustava à forma convexa dos espelhos. Tive que remover o adesivo e usar uma tinta Chrome Silver da Gunze, que permite polimento, mas o resultado não ficou tão espelhado quanto eu esperava.
Considerações Finais
No geral, o modelo representa bem um Eagle IV da Mowag, tem um tamanho razoável e é uma peça interessante para qualquer coleção. Exige alguma dedicação e atenção aos detalhes, além de uma boa pesquisa para corrigir as falhas deixadas pela Vespid. Mesmo assim, esses problemas não desqualificam a marca, e eu com certeza montaria outro modelo dessa empresa na mesma escala.
Obrigado à Vespid Models pelo exemplar deste review