Quando apareceu nos céus da Coreia em 1950, o MIG-15 foi uma completa surpresa para as potências ocidentais. Um caça a jato leve, rápido, capaz de voar a a grande altitude e com asas em flecha, era muito superior a qualquer avião de combate do ocidente.
A surpresa foi maior porque naquela época não se considerava que os soviéticos fossem capazes de desenvolver um avião como este. Na verdade a indústria aeronáutica soviética sempre foi muito desenvolvida e apresentou diversos projetos pioneiros, foi deles, por exemplo, o primeiro caça monoplano com trem retrátil, o I-16. No entanto os expurgos feitos por Stalin ao longo dos anos 30 não atingiram somente os militares. A grande maioria dos projetistas soviéticos foi colocada sob suspeita e acabou presa. Isto estagnou a pesquisa aeronáutica soviética e eles começaram a 2ª guerra com aviões claramente ultrapassados. As derrotas seguidas no início do conflito levaram a uma reavaliação de prioridades e os projetistas, antes inimigos do estado, foram recolocados em suas funções ainda que sob estrita vigilância. Com isso ao fim da guerra os soviéticos já contavam com aviões tão bons como os do ocidente ainda que isto não estivesse claro para as potências ocidentais.
A incredulidade na capacidade soviética era tão grande que por muito tempo o MIG-15 foi considerado apenas uma cópia de um projeto alemão, o Ta-183 (Na verdade os projetos do Ta-183 foram levados em segredo para a Suécia o que resultou no Saab J29 Tunnan). O Mig-15, era um projeto próprio, ainda que utilizasse um motor de projeto inglês e o conceito de asas em flecha obtido através da captura de documentos alemães. Todas as grandes potencias fizeram o mesmo. O conceito de asas em flecha foi apresentado pela primeira vez na conferência de Volta, na Itália em 1935 pelo projetista alemão Adolf Busemann, no entanto ninguém prestou muita atenção a esta descoberta uma vez que a real vantagem deste conceito só se faz presente em velocidades próxima de Mach 1 (velocidade do som) e um avião capaz de desenvolver esta velocidade era uma impossibilidade com a tecnologia de então. Os alemães durante a segunda guerra investiram pesado em tecnologias novas e uma delas foi o das asas em flecha, ainda que não tivessem feito uso prático deste conceito (o Me-262 tinha asas assim mais pelo equilíbrio do centro de gravidade do que por motivos aerodinâmicos) Estes estudos foram capturados tanto pelos aliados ocidentais como pelos soviéticos. O MIG -15bis foi uma nova versão, basicamente igual ao MIG-15 original, com mudança no motor, armamento e pequenas alterações aerodinâmicas.
O MIG-15, seja pelo inovação do desenho, seja pelo desempenho, muito superior aos aviões da época em que começou a voar, tem um lugar garantido na galeria dos aviões mais famosos da história da aviação.
Com o lançamento do MIG-15 Bis na 1/72 a Eduard resgatou a memória deste importante avião lançando finalmente um modelo que incorpora todas as tecnologias mais recentes. Neste caso trata-se de um relançamento do modelo Profipack, que inclui não só o kit básico como também fotogravados, máscaras para pintura e diversas opções de marcação. As peças são muito bem injetadas, sem rebarbas ou falhas visíveis, as linhas de painel são finas e perfeitamente nítidas. O interior é bem detalhado para a escala e se beneficia dos acessórios em PE que acompanha esta versão. Existem duas opções de rodas bem como duas opções de tanques sub alares.
As transparências são de ótima qualidade sem distorções e perfeitamente translucidas. Para o painel de instrumentos existem 3 opções de acabamento, decal + peça injetada, peça injetada com instrumentos em relevo, e nesta versão profipack, o painel em PE. O manual de instruções é no já conhecido padrão da Eduard, todo colorido e com papel e impressão de ótima qualidade.
Os decais são muito bem impressos, sem falhas no registro e com o filme fino e com o novo filme que pode ser retirado após a aplicação. Com eles podemos fazer 5 versões.
Um ótimo relançamento da Eduard que cobriu uma importante lacuna na aviação 1/72.