O avião
O Mk. IID foi a variante mais especializada do Hurricane a entrar na produção em série, cerca de 300 foram produzidos. Armado com dois canhões Vickers de 40 mm e um par de metralhadoras 0,303 carregadas com munição traçante para auxiliar na mira. Os canhões de 40 mm tinham 15 projéteis em cada carregador e mais um projétil podia ser carregado no canhão totalizando 16. Os canhões foram ajustados para serem harmonizados a 400 jardas (365 metros) e disparados a 240 mph (386 Km/h), voando em um nível muito baixo, 20 a 40 pés (6 a 12 metros), disparando 2 ou 3 tiros a cada passe de ataque. A velocidade da aeronave era adicionada à velocidade dos projéteis, aumentando a capacidade de perfuração da blindagem. Os canhões de 40 mm não podiam ser alijados, mas provaram ser muito precisos quando os pilotos foram treinados em seu uso. Fazendo sua estreia em 1942 com o No. 6 Squadron no Norte da África, que passou a ter o apelido de The Flying Tin Openers (abridores de lata voadores), com um emblema para combinar (veja os decalques do BP158). O IID também foi usado pelor 7 Sq. SAAF no norte da África, 184 e 164 Sq’s no Reino Unido, onde foram usados em missões através do canal contra alvos terrestres e navios e na Birmânia pelos 5 e 20 Sq’s. Embora o II D fosse eficaz, também era vulnerável, exemplares de produção posterior incluíram a mesma blindagem instalada no Mk.IV. O IID era limitado, pois só podia transportar os canhões de 40 mm, mas o sucesso no papel antitanque levou ao desenvolvimento do Mk.IV, com uma asa de armamento universal, capaz de transportar os canhões de 40 mm, foguetes, bombas e tanques alijáveis, tornando-se um tipo muito mais versátil. Com a adição da blindagem interna e externa o MK IV foi substituindo o IID em serviço, embora as unidades usassem os dois juntos. Os últimos Mk.IID e Mk.IV foram construídos ao mesmo tempo, possivelmente para usar as asas D já feitas. Com a disponibilidade do Mk.IV, a maioria dos IID’s posteriores foram para a União Soviética que recebeu 60, os outros IID sobreviventes acabaram em OTUs (unidade de treinamento operacional.). Nenhum Mk.IID foi preservado.
Fonte: Manual do Kit com agradecimentos a Troy Smith, Grzegorz Cieliszak, John Engelsted e Nicholas Millman
O Kit
O kit é muito bem injetado, com detalhes nítidos, linhas de painel finas e uma ótima representação das superfícies enteladas. Notei algumas rebarbas na hélice e spinner, mas nada difícil de retirar. O interior é bem detalhado, com manche, banco, estruturas laterais, pedais, painel de instrumentos e cintos , estes dois últimos representados em decais. O porão de rodas é bem detalhado, com as paredes laterais montadas em separado. O trem de pouso é igualmente bem detalhado com uma boa representação do mecanismo de acionamento. Os estabilizadores horizontais e os profundores são separados e cada qual moldado em uma peça única que deve ser colada na fuselagem, isto permite montar os profundores acionados. O leme vertical é encaixado sobre o conjunto anterior, o que facilita a montagem e o alinhamento das peças. O conjunto de assoalho da cabine com pedais e manche é montado diretamente sobre as asas e depois encaixads na fuselagem. O grande radiador ventral é uma peça separada com detalhes no plástico injetado para representar as grelhas. A rodas tem boa representação e já vem com a deformação para representar o peso do avião sobre os pneus. As descargas são bem representadas, mas não tem os escapamentos abertos.
Para representar esta versão o kit traz um conjunto de peças em resina 3D. Temos as gôndolas dos canhões, os canos separados e já vazados, um novo conjunto de escapamentos bem mais detalhados que as peças injetadas e dois gabaritos para se criar linhas de painel adicionais nas asas. Para a representação desta versão será necessário fazer algumas pequenas “cirurgias” no kit, como cortar as saídas dos canhões de 20mm, abrir o furo para as metralhadoras e remover alguns detalhes nas asas, mas são tarefas simples que estão ao alcance mesmo de modelistas com pouca experiência.
As transparências são finas, bem representadas e perfeitamente translucidas. Existem duas partes traseiras do canopy, uma mais larga que a outra, para que seja corretamente representado tanto fechado como aberto. São fornecidas ainda as luzes de navegação, os faróis e o espelho, mas caso se queira instalar as luzes de navegação vai ser preciso cortar os locais marcados nas pontas das asas. Acompanha um conjunto de máscaras para pintura de rodas e canopys.
Os decais, impressos pela Techmold, são de ótima qualidade, com cores solidas, sem falhas de registro, com filme fino e sem excessos, permitindo fazer 5 versões conforme ilustrado no manual, abrangendo quase todos os teatros onde este avião operou, faltando apenas uma versão soviética.
O manual é bem impresso, com papel de boa qualidade e colorido. Os passos são bem ilustrados, detalhando bem a montagem. No final são apresentadas 4 vistas coloridas das versões possíveis. O mapa das arvores não tem numeração, ainda que sejam poucas peças, isso sempre ajuda na identificação das partes a serem usadas.
Conclusão
O kit segue o mesmo padrão de ótima qualidade dos outros Hurricanes da marca. Ainda que seja preciso fazer algumas modificações no kit para aplicar os detalhes desta versão, é uma tarefa simples, que mesmo modelistas com conhecimento básico, poderão fazer sem muita dificuldade. O único outro Mk II D 1/72 direto da caixa é o kit da AZmodels, mas é um kit short run, e não se compara a qualidade geral do kit da Arma hobby.
Obrigado à Arma Hobby exemplar deste review
