O avião
O Hawker Tempest V entrou em serviço na Royal Air Force no início de 1944, com os dois primeiros esquadrões a receber o avião, ambos operado anteriormente o Typhoon. Pensava-se que o gerenciamento da incrível potência gerada pelo motor do Tempest poderia representar problemas para os pilotos que viessem de aeronaves menores e que as antigas unidades do Typhoon estariam em melhor posição para gerenciar a introdução do novo avião em seus esquadrões. Antes dos desembarques do dia D, os Tempests estavam sendo usados em um papel de ataque ao solo semelhante ao que estava sendo feito tão efetivamente pelos esquadrões do Typhoon, no entanto, caso fosse necessário fazer a mudança para as operações de combate aéreo no meio da missão, o Tempest era muito mais adequado para esta tarefa. Possuindo um alcance significativamente maior do que o Typhoon, os Tempests podiam ficar na zona de combate por períodos mais longos, permitindo ataques ofensivos mais profundos na Europa ocupada, ou permitindo que os pilotos esperassem pacientemente que a Luftwaffe aparecesse e lutasse, mostrando toda a capacidade do novo avião. O Tempest também provou ser um excelente destruidor de V-1, com a velocidade do caça, a eficácia de suas armas e a bravura de seus pilotos, destruíram um grande número dessas armas aterrorizantes antes que pudessem causar estragos nas cidades e vilas britânicas. Embora tenha aparecido tarde na segunda guerra, o Tempest V teve seu papel como um dos mais efetivos caças da época, tendo sido talvez o “Super Hurricane” que o projetista Sydney Camm tenha sempre querido desenvolver.
Fonte: Manual do kit
Informações mais detalhadas sobe o Tempest V podem ser vistas neste excelente review do Eduardo Mendes.
O kit
O Tempest V, pela sua importância na história da aviação militar já merecia um novo kit na 1/72, tínhamos antes o da Academy, de 1989, e o da KP, mais recente, mas ambos com problemas.
Ainda que não tenha isto descrito na caixa ou nas instruções, o kit da Airfix representa o Tempest V série I, mas temos peças que, como veremos, se aplicam apenas à série II.
O kit é bem injetado, sem falhas ou rebarbas e com detalhes bastante bons. As linhas de painel, poderiam ser mais finas, algumas peças pequenas e os detalhes laterais internos poderiam ser mais refinados, para uma melhor representação na escala.
O interior além dos detalhes laterais tem o assento com detalhe no encosto, pedais, manche, painel de instrumentos liso apenas com os mostradores representados em decal. A coluna que suporta o colimador é toda em plástico transparente, o que facilita a representação do vidro refletor. Como de hábito a Airfix fornece a figura de um piloto, mas a representação é pobre e tem falha de injeção.
As asas são bem representadas, com o detalhe interno do porão rodas. As laterais dos porões de roda são peças separadas para dar a profundidade correta. São fornecidas peças para representar as portas das rodas na posição fechada caso se queira representar o modelo em voo. Os canhões longos de 20mm, característica dos série I, já vem em pares e existe um local próprio para sua instalação facilitando o alinhamento. Os faróis são fornecidos na arvore das transparências, mas faltam as luzes de navegação. As superfícies de controle têm boa representação, mas são todas fixas a exceção do leme da deriva.
O trem de pouso principal é bem representado, com o mecanismo de retração/extensão com uma representação bastante delicada. As rodas já vêm com a deformação para simular o peso do avião, dois pares são fornecidos, com 5 e 4 furos, mas apenas o primeiro será usado neste kit. Na bequilha temos a roda em duas metades, com detalhes na parte interna da fuselagem e opção de portas abertas ou fechadas.
A hélice e o spinner são bem representados, este último com duas alternativas dependo da versão escolhida. As descargas são feitas em duas peças com as saídas intercaladas, certamente para facilitar a moldagem, ainda assim os detalhes são apenas razoáveis, uma nova peça em resina ou 3D, dará certamente uma representação melhor. A grande tela do radiador tem uma representação bem simplificada, existe um limite para o que se pode fazer com este tipo de representação em plástico injetado, uma peça em fotogravado é bastante recomendável aqui.
As transparências são de boa qualidade perfeitamente translucidas e sem distorções, as bordas que ficam visíveis com o canopy aberto são diagonais de forma a disfarçar sua real espessura. Temos ainda as peças para representar os faróis, o colimador e para os tanques externos que não servem para esta versão.
Os decais são muito bem feitos, filme fino e sem bordas, cores sólidas e sem falhas de registro, permitindo fazer duas versões.
O manual é muito detalhado, em cada paço as peças adicionadas são representadas em vermelho para facilitar a identificação, no entanto mesmo sendo bastante grande, são 39 passos até a conclusão, falta o mapa das árvores, que sempre facilita a identificação rápida da localização das peças. Nas duas folhas finais, coloridas, temos o kit em 4 vistas com indicação de pintura e colocação dos decais.
Sendo um kit de 2022 poder-se-ia pedir um pouco mais, luzes de navegação separadas, linhas de painel um pouco mais finas e pequenos detalhes, como painel de instrumentos, mais refinados. No entanto o novo Tempest da Airfix tem um ótimo conjunto, é uma representação bem melhor do que o antigo Academy e tem uma injeção melhor que o novo KP, que além disso tem a fuselagem recortada para também fazer o Tempest II além de algumas peças, como as rodas, com representação duvidosa. Dada a presença dos tanques auxiliares, podemos espera que em breve apareça o serie II.
Veja aqui os acessórios da Eduard para ele.
Este kit foi comprado pelo autor.