Fw 190D-9 Mariemburg, IBG, 1/72

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O Avião

O Fw 190D foi a versão final, produzida em massa, do mais bem sucedido produto da empresa Focke-Wulf, que teve muitas variantes diferindo em armamento e motores usados. Embora a versão do Fw 190 equipada com um motor em linha seja frequentemente considerada um projeto do final da guerra, sua história na verdade remonta a anos anteriores e segue uma direção natural do desenvolvimento da máquina. Já em 1941 era óbvio que os caças alemães teriam que enfrentar os bombardeiros aliados equipados com motores turboalimentados capazes de sustentar alta potência em altitudes superiores a 6.000m. A Focke-Wulf percebeu que os Aliados estavam rapidamente ganhando vantagem técnica e começou a cortejar o Ministério da Aeronáutica por um contrato para desenvolver versões que sustentariam suas características de combate em altitudes maiores. O trabalho começou no desenvolvimento de caças equipados com turbocompressor. Os testes iniciais com um motor radial (Fw 190B) não foram promissores e a atenção dos projetistas se concentrou em motores em linha (Fw 190C com motor DB603). Apesar dos extensos programas de desenvolvimento, ambas as versões foram atormentadas por problemas técnicos resultantes de sistemas severamente subdesenvolvidos. Por fim, eles não encontraram o entusiasmo por parte do RLM, permanecendo apenas em estágios de protótipo.

Enfim, os avanços no desenvolvimento do motor Junkers Jumo 213, deram esperanças de um caça que pudesse finalmente igualar os designs mais avançados do inimigo. O primeiro protótipo com o novo motor foi construído em setembro de 1942. Foi uma adaptação simples da máquina com motor radial – um motor em linha em V invertido completo foi instalado na fuselagem existente. Os testes de voo mostraram que o novo motor deslocava muito o centro de gravidade para a frente, fazendo com que a aeronave ficasse instável em voo. A equipe de design da Focke-Wulf resolveu o problema, prestando atenção em minimizar as mudanças necessárias na fuselagem. Para compensar o centro de gravidade deslocado, a cauda foi alongada inserindo uma nova seção na fuselagem logo na frente da empenagem. O aumento da potência do motor também exigiu correções na estabilidade longitudinal da máquina. Conseguiu-se isso inserindo elementos simples, aumentando-se a área do estabilizador vertical. Outros testes de protótipos na nova configuração levaram mais dois anos e, depois de lidar com problemas iniciais e rejeitar as configurações insatisfatórias D-0, D-1 e D-2, o caça equipado com o motor Jumo 213A, com um único  supercharger mecânico de dois estágios e duas velocidades, foi colocado em produção em série em agosto de 1944 como a versão D-9. Perto do fim da guerra, a evolução dos motores em linha que alimentam o Fw 190D acelerou e seu desenvolvimento intensivo e resultou em subtipos sucessivos da aeronave. As variantes D-10, D-12 e D-14 permaneceram como protótipos, mas a produção das séries D-11 e D-13 foi iniciada. Eles foram equipados com uma versão mais potente do motor Jumo 213, a versão F, com um suupercharger mecânico de três velocidades e dois estágios. A última variante a ser desenvolvida foi o D-15, movido pelo motor DB603 finalmente disponível. Uma versão protótipo do D-15 foi construída e lançada pouco antes do fim da guerra, usando uma máquina de série padrão como base para a conversão. O fim da guerra acabou com a preparação da nova variante ainda em fase de desenvolvimento, e a produção não foi iniciada. Estima-se que 1500 a 1700 máquinas da versão D foram produzidas em todas as fábricas e ramos de produção. Desses, cerca de 900 foram usados pela Luftwaffe, mas devido à situação caótica nos últimos meses de guerra, um número ainda menor foi realmente entregue às unidades de combate.

Fonte: Manual do kit.

O Kit

O Fw-190D já tem uma vasta representação na escala 1/72, todos os principais fabricantes como por exemplo: Tamiya, Hasegawa, Academy, Zvezda tem seus kits com representações relativamente modernas , isso sem falar em outros mais antigos como o Airfix ou de fabricantes menores como  AzModels e R.V. Aircraft. Então a pergunta que fica é se vale apena este novo kit? É o que vamos ver neste review.

Em primeiro vale notar que a IBG está lançando quase todas as versões do 190 D, 9, 11,13 e 15 bem como as variantes feitas em fabricas diferentes. A IBG preparou este PDF mostrando as diferenças entre as variantes.

Neste exemplar temos o 190D-9 produzido na fábrica de Marienburg (ultima série)

O kit é composto por 7 arvores de peças injetadas em plástico cinza e mais uma com as transparências, todas embaladas individualmente o que já mostra um cuidado extra do fabricante com este lançamento. Acompanha também duas folhas de decais e uma de fotogravados.

A primeira coisa que se nota é a representação dos rebites nas superfícies, até o momento a única empresa que fez isso em um D-9 1/72, foi a AZ Models, mas é um kit short run, e os detalhes não são comparáveis com o da IBG. A R.V. Aicraft também tem uma representação rebitada, mas não tem o D-9.

 Para efeito de comparação temos o kit da IBG ao centro o da RV acima e da AV abaixo. Os detalhes da IBG são visivelmente melhores, mais definidos e bem distribuídos.

Esta questão da superfície rebitada sempre levanta pontos de vista diferentes, não cabe discutir preferências aqui, basta dizer que a representação feita pela IBG me parece bastante convincente, com os rebites sem exageros e parecendo perfeitamente adequados a escala.

A arvore Z traz todas as peças necessárias para se fazer o motor, razoavelmente detalhado para a escala, com os compressores, suportes, mangueiras principais e os escapamentos que não tem as saídas abertas. O conjunto é complementado pelas metralhadoras e seus suportes. A cobertura do motor já vem com as aberturas para as metralhadoras, mas não há previsão no kit para deixar a parte interna exposta, para isso será preciso alguma alteração com o corte de peças pelo modelista. Na folha de fotogravados tem um gabarito para se marcar alguns painéis (travas?) que aparentemente ficaram faltando na parte inferior da cobertura do motor.

O cokpit é bem detalhado tem banco, consoles, manche e painel de instrumentos injetados. Os pedais e cintos vem na folha de fotogravados. O painel de instrumentos é complementado pelos instrumentos fornecidos em decal. O colimador pode ser representado tanto pela peça da arvore de transparências como com outra fornecida no conjunto de fotogravados.

Todo o conjunto de motor mais cockpit deve ser instalado na fuselagem como uma única peça e o manual chama a atenção para como se deve alinhar o conjunto.

O porão de rodas é bem representado, mostrando corretamente a passagem dos canhões, coisa que não se encontra em nenhum dos modelos citados no início deste review. As paredes internas são peças separadas o que deve garantir a profundidade correta e alguns detalhes são complementados com peças em fotogravado. O trem de pouso é bem representado com as tesouras em fotogravados. O pneus tem o desenho característico e as portas tem os detalhes internos. Temos ainda um tanque externo de combustível.

O encaixe das asas com a fuselagem tem um dinâmica particular, com a parte superior entrando em ângulo para se encaixar do espaço existente na fuselagem. As superfícies de controle, com exceção dos flaps, são todas peças separadas e, portanto, podem ser montadas na posição de acionamento. No entanto achei a representação da estrutura interna do entelamento um pouco exagerada, mas com uma lixada leve deve resolver.

O radiador está representado dentro do anel de cobertura, sendo uma boa representação para o que pode ser visto. A hélice é bem representada bem como os spinners , 3 , para diferentes versões.

A folha de fotogravados contém, como já foi dito, detalhes para o cockpit e porão de rodas, assim como antenas e a placa que vai sobe os escapamentos.

As transparências são de ótima qualidade, finas, perfeitamente translucidas e sem distorções, no manual temos duas etapas para a montagem do canopy  aberto (21 e 22), e  uma para a montagem fechada (23).

São duas folhas de decais, impressas pela Techmod, uma com as marcações para 3 versões e outra com os estênceis e os painéis de instrumentos. A qualidade é ótima, com filme fino, sem falhas de registro e com as cores sólidas. A suástica vem bipartida, certamente exigência de alguns mercados europeus. Falta talvez um decal apenas com os instrumentos para usar no painel injetado.

Vale ressaltar aqui a boa engenharia no desenho das arvores do kit, os pontos de contato com as peças maiores não invadem as superfícies visíveis e com isso facilita muito o trabalho de separação das peças, principalmente das que contém os rebites.

Agradeçemos a IBG Models pelo kit deste review

Veja também os acessórios Eduard para este kit:

Máscaras Interior Rodas Escapamentos

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