Spitfire HF Mk.VIII 1/48 – Eduard Profipack #8287
Introdução
Jeffrey Quill, o principal piloto de teste da Supermarine e responsável por boa parte do desenvolvimento do Spitfire, absolutamente não gostava da asa “estendida” desenvolvida para os MK. VI e Mk.VII e adotada inicialmente nos Mk.VIII:
“ (…) The extended wingtips did nothing for it except increase the lateral damping and spoil the aileron control. I complained incessantly to Joe Smith about them and did my best to get rid of them. (…)” – Jeffrey Quill, Spitfire: a Test Pilot’s Story (1983)
A ideia de aumentar a superfície alar do Spitfire surgiu com a expectativa (depois não realizada) de que uma nova onda de ataques alemães viria em grandes altitudes, obrigando o desenvolvimento de caças capazes de operar próximos da estratosfera. Essa preocupação gerou máquinas formidáveis e desconhecidas como o Westland Welkin e, evidentemente, versões especializadas do Spitfire, algumas com cockpits pressurizados como o Mk. VI (um desenvolvimento do Mk.V básico com o motor Rolls Royce Merlin 47 que surgiu no início de 1942) e o Mk.VII, equipado com RR Merlin 71.
O Spitfire Merlin “definitivo” seria o Mk.VIII, basicamente um Mk.VII sem pressurização e oferecido em três versões: LF, F e HF – respectivamente, para operação em baixas, médias e altas altitudes, todos sem cabine pressurizada.
No caso do HF Mk.VIII, o motor adotado era o Merlin 70 com supercompressores de dupla velocidade e duplo estágio, específico para operar otimamente em altitudes elevadas – seu teto atingia os 13 km.
A ameaça dos bombardeiros alemães de grande altitude nunca se realizou, e foram poucos os HF Mk.VIII produzidos. A maioria deles acabou servindo, assim como os demais Mk.VIII, nos fronts de além-mar como África do Norte, Itália, Índia/Burma e Austrália.
O kit
Esta é uma reedição do kit #8482 que cobria de forma geral o Spitfire VIII, agora com decorações específicas para aviões HF. O nosso review do kit pode ser acessado aqui. As características mais marcantes dos Mk.VIII são muito bem representadas no kit, como os ailerons mais curtos e os tanques de combustível no bordo de ataque das asas e a bequilha retrátil. As asas com as pontas estendidas também são uma opção e são bem feitas.
Na caixa, belamente decorada com uma ilustração do JF364 abatendo um Ju-88 nos céus italianos, encontramos as mesmas árvores do kit original do Mk.VIII:
A – Transparências, comuns a todos os kits da família dos Mk.IX, XVI e VIII
F e G – Peças comuns aos kits da família;
H – Asas, com os corretos ailerons mais curtos típicos dos Mk.VIII;;
I – Fuselagem, também específica para os Mk.VIII, com a caixa da bequilha retrátil.
E mais uma folha de peças fotogravadas, uma pequena folha com máscaras e duas folhas de decais, uma com estênceis e outra com marcações para cinco aviões diferentes.
O folheto de instruções é impresso seguindo o já tradicional padrão dos kits Profipack da Eduard. Caso deseje, você pode baixa-lo neste link.
Opções
Difícil escolher uma das opções, todas muito interessantes:
A – JF364, No. 32 Squadron, Foggia, Italy, early 1944
B – JF476, No. 92 Squadron, Triolo, Sicily, November 1943
C – JF519, No. 1 Squadron SAAF, Trigno, Italy, February 1944
D – JF630, flown by F/O L. Cronin, No. 81 Squadron, Palel, India, March 1944
E- 308th Fighter Squadron, 31st Fighter Group, Castel Volturno, Italy, 1944
Conclusão
Os Spitfires 1/48 da Eduard são praticamente obrigatórios para os apreciadores da escala e da aviação da II Guerra. Passados já alguns anos do lançamento da família pela Eduard continuam sendo os melhores Spitfires 1/48 disponíveis.
Esta edição permite montar Spits relativamente “raros”, que combinam as linhas harmoniosas dos Mk.VIII com as pontas das asas “estendidas” que tanto incomodavam o Grande Jeffrey Quill mas que na minha opinião dão um charme especial a um dos mais belos aviões de todos os tempos. Recomendado!
Obrigado à Eduard pelo envio do exemplar para review!