Bf 109G-10 Mtt Regensburg 1/48 Eduard #82119
Introdução
Por volta de 1944 o projeto do Bf-109, esteio da Luftwaffe, havia alvançado o seu pleno potencial e começava a apresentar sinais cada vez mais claros de obsolescência. Mas não havia mais recursos no Reich para iniciar um novo projeto para complementar o FW-190 e substituir o 109, pelo menos em termos quantitativos. Os jatos estavam começando a entrar em operação e esperava-se que com eles a Alemanha pudesse começar a virar a maré da Guerra, que já se arrastava por mais tempo que o planejado.
Mas os caças eram cada vez mais necessários, e a melhor opção disponível era aumentar ainda mais a produção de 109s, pelo menos enquanto as novas máquinas não entravam em plena produção. Messerchmitt continuou adaptando o 109 a motorizações cada vez mais poderosas, uma forma relativamente trivial de extrair um pouco mais de desempenho e mantê-lo, pelo menos, competitivo com a caça aliada. Ao básico Bf-109 G foi adaptado o novo motor DB 605D, que incorporava um supercompressor maior, trazido do poderoso DB 603, a capacidade de queimar combustível C3 e C4 e podia como padrão usufruir da mistura metanol-água MW-50. Esse novo Messerchmitt foi designado como o BF 109G-10. A produção dos G-10 foi distribuída entre três fábricas, a da Messerchmitt em Regensburg, Erla (Leipzig) e WNF (Wiener Neustadt, Áustria). Os exemplares produzidos por cada uma das fábricas apresentavam sutis diferenças, e este kit é dedicado especificamente aos fabricados pela Messerchmitt Regensburg.
Algumas diferenças externas entre o G-10 da Mtt. Regensburg e seus antecessores imediatos, os G-6 e G-14 são razoavelmente evidentes. Primeiro, uma protuberância discreta do lado de bombordo da capota do motor, para dar espaço ao novo supercompressor. Depois, a carenagem do radiador de óleo sob o queixo aumentada, para abrigar o radiador ligeiramente aumentado, e por fim, um par de saliências na parte inferior do nariz, que davam espaço para a passagem de dutos de refrigeração reforçados. A posição da portinhola de abastecimento do tanque de óleo, no nariz a bombordo, e do sistema de partida rápida, a boreste, também foram ligeiramente elevadas. Os G-10 tinham praticamente como padrão a nova cauda mais alta, fabricada em madeira, o canopi Erla “Galland” e uma hélice VDM com as pás mais largas, que proporcionavam mais tração. Comum entre os G-10 era uma bequilha consideravelmente mais alta que a tradicional, que propiciava uma atitude mais “horizontal” no solo, facilitando a visão do piloto durante a rolagem no solo e um melhor ângulo de ataque na decolagem, encurtando a pista necessária para se alçar vôo. Próximo ao bordo de ataque da asa inferior de bombordo era afixada a antena dos rádios VHF FuG 16ZY, padrão nos G-10 e presente apenas nos últimos exemplares de G-6 e G-14.
O kit
Esta é mais uma edição do kit da nova série de Bf-109 da Eduard, que já abrange boa parte das séries F e G. Esses kits não têm relação direta com a malfadada edição com erros dimensionais lançada há poucos anos atrás, a qual foi judiciosamente retirada do mercado meses depois e substituída por esses kits corrigidos. Essa nova série tem sido objeto de diversos reviews novos, e como muitas partes são em comum, nos ateremos ao que há de diferente neste kit.
De uma maneira geral, as principais diferenças externas entre os G-10 Mtt. e as séries antecessoras G-6, G-6/AS e G-14 estão no nariz da fuselagem, na cauda (bequilha e leme em muitos dos exemplares), na parte inferior das asas e no canopi. Para isso, a Eduard nos propões duas novas árvores de peças (Árvore V, com novas metades de fuselagem, hélice, lemes, tomadas de ar do compressor e do radiador de óleo e capota superior com as saídas das metralhadoras e Árvore X, com a metade inferior das asas em uma peça única incluindo a base para a antena do FuG 16ZY). A opção de canopi para o G-10 Mtt. está na árvore U e as opções de bequilha na árvore I, comum aos 109G da Eduard.
Completam o kit, como de costume nas edições Profipack, uma pequena folha de máscaras para facilitar a pintura do canopi, das rodas e das luzes de navegação, duas folhas de fotogravados, uma delas colorida, e um par de folhas de decais impressos pela própria Eduard – a primeira com decais para as cinco opções de decoração e a outra com estênceis diversos. As instruções podem ser baixadas neste link.
Opções
Cinco opções de decoração são oferecidas:
A – 1./ KG(J) 6, Praga – Kbely, Protetorado da Boêmia e Morávia, março/abril de 1945
B – W. Nr. 130342, 5./ NJG 11, Fassberg, Alemanha, 1945
C – W. Nr. 130297, Fw. Horst Petzschler, 10./ JG 51, Bulltofta, Suécia, maio de 1945
D – 13./ JG 27, Schleswig – Holstein, Alemanha, maio de 1945
E – W.Nr. 130282, Hptm. Franz Wienhusen, CO do IV./ JG 4, Frankfurt/ Rhein-Main, Alemanha, novembro de 1944
Complementos Eduard para este kit
Alguns itens especificamente concebidos para este kit são oferecidos separadamente pela Eduard. Até o momento, recebemos para review uma folha complementar de peças fotogravadas (#48961), o impressionante cockpit em resina/fotogravado da linha Brassin (#648422) e as máscaras EX608 e EX609. As máscaras EX609, da nova linha “T-Face”, são “dupla face”, ou seja, mascaram interior e exterior das transparência – seguindo uma tendência do mercado para modelistas muito exigentes que desejam mascarar tanto exterior quanto interior das peças para máxima autenticidade. As máscaras EX608 contém basicamente peças idênticas às do kit básico.
Os reviews desses acessórios pode ser acessado neste link.
Como de costume, por um tempo limitado, a Eduard oferece Overtrees deste kit a preços reduzidos, contendo apenas as árvores de peças em plástico, sem decais, instruções, fotogravados, etc para os que desejarem aproveitar os decais.
Conclusões
Há uma certa controvérsia em alguns fóruns alimentada por alguns modelistas sobre a acurácia das formas dadas pela Eduard ao nariz dessa edição, especialmente na saliência que abriga o supercompressor e as aberturas das metralhadoras do nariz. Infelizmente não tenho um Bf 109G-10 Mtt. Regensburg em um museu próximo para tirar minhas próprias conclusões – mas com base nas fotos e descrições que pude levantar, respeitando as opiniões contrárias, este kit está plenamente dentro do meu nível de exigência. Com essa ressalva, e com base em uma extremamente bem-sucedida montagem de um kit dessa série (um G-6 “Late”), posso recomendar facilmente este kit para modelistas de nível intermediário, pela quantidade de peças especialmente as em fotogravado.
Obrigado à Eduard pelo envio do exemplar para review!