Royal Navy Signal Flags STEEL 1/350 e 1/700 – Eduard #53229 e #53230

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Royal Navy signal flags STEEL 1/350 – Eduard 53229

Royal Navy signal flags STEEL 1/700 – Eduard 53230

 

Introdução

O uso de bandeiras para a comunicação entre embarcações remonta à Antiguidade. Há registros do uso de bandeiras pela Marinha Real Britânica (Royal Navy) desde o Século XIV e por volta de 1790 o Almirante Lord Richard Howe introduziu um código baseado em 16 bandeiras (10 numéricas e 6 com significados especiais). Este sistema foi aperfeiçoado pelo Almirante Sir Home Popham em 1800 e teve um papel fundamental na coordenação das ações da Royal Navy na Batalha de Trafalgar em 1805.

A Royal Navy não foi a única a ter seu próprio sistema de bandeiras, diversas outras adotavam seus padrões próprios. Além da multiplicidade de sistemas, esses sofriam revisões por diversos motivos – assim, por exemplo, há algumas diferenças entre o sistema da Royal Navy usado na I Guerra Mundial, e o vigente em 1943, durante a II Guerra. Nessa época os sistemas normalmente já continham além das numerais bandeiras e galhardetes para cada letra do alfabeto e diversos outros sinais com significados específicos.

Um sistema internacional , o Código Internacional de Sinais (CIS), foi apresentado em 1931 e a partir do Pós-II Guerra Mundial a grande maioria das nações, entre elas o Brasil, passou a empregar o CIS. O uso do CIS é recomendado no âmbito da Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar (SOLAS), e de certa forma tornou os antigos códigos obsoletos. Curiosamente, o moderno CIS emprega (muitas vezes com significado diferente) várias das bandeiras do antigo código britânico.

O modelista pode encontrar maiores informações sobre o Royal Navy Signal Code constante do Handbook of Signaling de 1913 (que baseia esses conjuntos) neste site.

Já uma descrição do Código de 1937, usado na II Guerra e ligeiramente diferente, além de um interessante histórico do uso de bandeiras para a transmissão de mensagens pode ser visto neste site e neste site.

Os conjuntos

Os conjuntos de bandeiras lançados pela Eduard nas escalas 1/350 e 1/700 representam o Royal Navy Signal Code constante do Handbook of Signaling de 1913. A folha totaliza 62 pequenas bandeiras (as vogais são repetidas) em fotogravado colorido impresso em ambas as faces, cada uma com pequenas hastes para facilitar a sua aplicação. A impressão é muito boa e mesmo as em escala 1/700 podem ser facilmente identificadas a olho nu. A diferença entre os conjuntos é apenas no tamanho das peças, que representam pelas minhas contas bandeiras e galhardetes tamanho 5 (cerca de 1 metro de aresta nas bandeiras “quadradas”). Não acompanham instruções, mas as bandeiras significando letras e numerais trazem indicação na própria folha.

Certamente essas bandeiras são mais duráveis que as tradicionalmente confeccionadas em papel, e o peso delas não deve ser muito diferente do das peças tradicionais confeccionadas em papel, dada a pequena espessura das bandeirinhas confeccionadas com a tecnologia Steel da Eduard. Elas também possuem alguma flexibilidade e têm boa memória, permitindo ficar ligeiramente drapeadas conforme a necessidade.

É importante frisar que os conjuntos são plenamente úteis para navios da Royal Navy de antes dos anos 30. Confrontando-o com a referência para o sistema em vigor durante a II Guerra (1943), algumas diferenças serão notáveis: as letras D, P, Q, S e o numeral 9. Portanto, como sempre, cheque as suas referências.

A cor de algumas delas também pode ser objeto de discussão, como no caso do uso do xadrez branco e azul na bandeira Z (ao invés do branco as referências indicam amarelo) e o próprio tom do azul usado na impressão, na minha opinião um pouco claro comparado com fotografias e bandeiras modernas do CIS.

Conclusão

Eis uma interessante opção para os modelistas navais para adicionar mais interesse aos seus modelos. Recomenda-se apenas uma pesquisa cuidadosa da aplicação dessas bandeiras, que tinham uma utilidade muito mais séria que a mera decoração como vemos em dias festivos até hoje. Observando-se a questão da escala essas bandeiras poderão servir para diversos outros fins, como em dioramas por exemplo – é só fazer as contas, pelo padrão os britânicos tinham diversos tamanhos oficiais para as as suas bandeiras de código.

Modelistas mais preciosistas desejando reproduzir navios do período da II Guerra poderão sentir-se incomodados com as diferenças em algumas das bandeiras apresentadas, mas devemos lembrar que era bastante normal os sinaleiros lançarem mão de bandeiras especiais (“substitutas”) para cobrirem eventuais falhas nos seus conjuntos a bordo. Modelistas navais, assim como os Homens do Mar, devem ser safos acima de tudo!

Recomendado para modelistas exigentes que desejem experimentar algo diferente das tradicionais bandeirinhas de papel recortado.

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