Aerógrafo Elaga 5 Studio – 0,27

 

Elaga 5 Studio – 0.27 mm

Recebi recentemente para avaliação o próximo modelo de aerógrafo que será lançado pela Elaga Aerógrafos (ex Lince Aerógrafos). Mas antes de falar desse modelo, vou falar um pouco da história dessa antiga empresa de aerógrafos brasileira.

A empresa surgiu em 1984 com o nome Galgo Indústria Mecânica de Precisão. O primeiro aerógrafo foi um modelo de ação simples chamado Galgo MP-1 e que foi produzido até 1986 quando o nome da empresa passou a ser Lince Aerógrafos. Com a marca Lince Aerógrafos foram produzidos os aerógrafos de ação dupla Lince L-1000, Lince L-1500, Lince L-2000, Lince AL-3 e o modelo de ação simples Lince MP-4. Esse modelo é fornecido para a empresa Arprex com nome Arprex Alfa-4, do qual já foram produzidos mais de vinte mil aerógrafos. Além dos aerógrafos, a Elaga também produziu um modelo plástico para montar na escala 1/48, o EMB-202 Ipanema. A partir de 2012 e considerando as necessidades do mercado, a empresa passou por uma grande reestruturação com a mudança de sua sede e parque para outro endereço, com redução de despesas e geração de receita, com o novo nome de Aerógrafos Elaga. Com essa nova marca, foram introduzidas melhorias no Lince AL-3 que passou a ser chamado de Elaga S-3 (“S” de série) e durante dois anos foram projetados novos aerógrafos para ilustrações e modelismo, respectivamente os modelos Studio e Versatile, de dupla ação, e o modelo Elaga-1 de ação simples. Para o ano de 2019 a empresa pretende lançar também uma linha de aerógrafos para pintura automotiva. Com a nova metodologia de fabricação e terceirização, o objetivo é tornar os aerógrafos Elaga uma referência de produtos da mais alta qualidade.

Sobre o Elaga 5 Studio

Agora vamos falar do Elaga 5 Studio. Esse aerógrafo foi produzido ao longo do ano de 2018 e deve ser comercializado a partir do primeiro bimestre de 2019 através de loja virtual própria da Elaga.

Esse aerógrafo foi feito “a partir do zero”, ou seja, sem a utilização de ideias ou conceitos de modelos anteriores da própria empresa. O Elaga 5 possui basicamente o mesmo peso do S3G, sendo apenas um pouco maior.

O Elaga 5 vem com uma agulha 0,27 mm e copo fixo com capacidade de 2 ml. Possui um ótimo acabamento, boa usinagem interna e não tem mais aquela “sensação de arranhão” que acontecia nos modelos anteriores e que já havia sido reduzida drasticamente no S3G. O gatilho não é pesado e seu acionamento é suave, sendo a distância entre ele e o copo boa. Posso dizer que meus dedos não encostaram no copo durante o manuseio do aerógrafo.

 

 

Como é uma nova ferramenta, mudanças internas foram feitas visando qualidade no resultado final de um trabalho com o aerógrafo, bem como na própria ferramenta. A área frontal do Elaga 5 agora é dividida em três partes. O conjunto da capa foi projetado com três elementos para centralizar perfeitamente a capa com o bico de tinta num sistema de cones. Um desses itens chamou bastante minha atenção, o protetor da agulha que é bem generoso e que mesmo quando utilizado a uma distância mínima do objeto não criou aquele famoso “turbilhonamento” dentro desse protetor e consequentemente não houve acumulo de tinta nas bordas do protetor. O difusor de ar na ligação do corpo com o conjunto da capa/bico foi projetado para melhorar a passagem e distribuição do ar. Em relação a vedação, esse aerógrafo não possui o’rings devido a seu processo de usinagem e isso é bem interessante principalmente para pessoas que fazem uso de solventes mais agressivos que poderiam compromete-los, problema que é comum em aerógrafos chineses. O único elemento de vedação do Elaga 5 é a gaxeta produzida com material antiaderente e resistente a solventes, com um tamanho generoso de 10mm, que além de ser bem ajustada no corpo do aerógrafo, auxilia sobremaneira na guia da agulha.

No modelo que recebi para avaliação o bico no Elaga 5 é feito de latão, mas será substituído por um de aço inox nos modelos que serão entregues ao longo deste ano. Outro ponto que chama a atenção é o desenho do bico que possui corpo facetado para facilitar a desmontagem, ao contrário dos outros modelos que possuíam corpo cônico e assim apresentavam alguma dificuldade para serem removidos do corpo do aerógrafo.

O Elaga 5 que o usuário vai receber terá bastante diferenças entre o modelo que tenho em mãos. A começar pela nova embalagem e com elementos que agreguem personalidade ao aerógrafo. O conjunto do aerógrafo também será acompanhado de mangueira trançada com conexão de 1/8”, chave para retirada do bico e válvula de ar, frasco com óleo lubrificante e o manual. E falando no manual, esse vem com mais informações sobre o aerógrafo do que seus antecessores. Além de tratar do manuseio do equipamento ele tem um pequeno trecho explicando como proceder para uma limpeza mais profunda no equipamento e um pequeno mapa das partes do equipamento, além de um pequeno guia para correção de problemas mais comuns.

A Elaga também colocará a disposição uma série de acessórios, que serão vendidos separadamente, como cabo de alumínio com regulador de curso da agulha, cabo de madeira, filtro de ar, engate rápido, películas para mascaramento, estiletes para recorte, etc.

O novo manual da Elaga também ficou mais completo.

Utilizando o ELAGA 5 Studio

Como disse antes, o aerógrafo possui um peso e tamanho excelentes, e mesmo em mãos de grandes dimensões como as minhas, ele se portou muito bem e não houve nenhum problema no seu manuseio. A ergonomia é boa e aliada a um gatilho que funciona de forma bem suave, não houve aquele cansaço em pinturas mais prolongadas ou mesmo em pinturas de camuflagem onde o tempo de pintura é maior e que em alguns aerógrafos isso pode causar algum desconforto para o modelista ou quem venha a fazer uso desse aerógrafo para outros fins.

Com um bico e agulha 0,27 eu consegui fazer traços finos suficientes para pintura de camuflagens na escala 1/72, nesse ponto lembrando a necessidade do equilíbrio entre a diluição, solvente utilizado e a pressão de saída. Acertando esse triângulo o modelista vai obter ótimos resultados com o Elaga 5. Para quem gosta de usar tinta automotiva que possui pigmentos bem finos o Elaga 5 é uma ferramenta perfeita, e permitirá ótimos resultados na pintura e detalhamento do modelo.

No teste abaixo eu usei tinta esmalte diluída com aguarás mineral em 50%, trabalhando com 13 libras de pressão, aumentando a diluição para 70% e usando 8 libras.

O fluxo de tinta é bom, lembrando que estamos falando de um aerógrafo de traço 0,27 que tem como objetivo principal o retoque, acabamentos mais refinados e não é a ferramenta indicada para o preenchimento de grandes áreas, trabalho para o Elaga S3G.

O Elaga 5 portou-se muito bem no teste e em momento algum apresentou qualquer tipo de problema na saída da tinta ou na limpeza. Utilizei também a técnica de retro lavagem, e não houve qualquer tipo de problema. Para fazer a limpeza básica utilizei solvente Tempo 2002 com pressão de 35 libras para a remoção de qualquer resíduo da tinta utilizada, e usando também a técnica retro lavagem mencionada acima.

Esse aerógrafo suportou e trabalhou bem com pressões variando de 8 a 40 libras, aceitou solventes que são naturalmente agressivos para algumas partes de outros modelos de aerógrafos, principalmente os chineses, provando que é feito de materiais resistentes e com ótima qualidade.

 

 

Conclusão

Em suma, é uma excelente ferramenta e que estará à disposição de todos os interessados, modelistas ou não, e que terão em mãos além dessa ferramenta, um suporte de ótima qualidade como sempre vem sendo feito ao longo dos anos da marca Lince/Elaga.

 

 AERÓGRAFOS ELAGA

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